Os artigos publicados nesta edição apontam um princípio fundamental para a reorientação dos sistemas agroalimentares no contexto
das mudanças climáticas: a relocalização da produção, do comércio e do consumo dos alimentos. Relocalizar significa a refundação da agricultura na natureza por meio do emprego intensivo da biodiversidade. Mais biodiversidade representa mais carbono captado da atmosfera por meio de processos naturais dependentes da energia solar. Esse carbono, na forma de biomassa, cumpre funções importantes na agricultura ao subsidiar a fertilidade e a sanidade dos agroecossistemas, permitindo a completa eliminação do uso de agroquímicos emissores de GEE altamente danosos. A biodiversidade funciona também como uma espécie de seguro natural frente à instabilidade climática, já que aumenta a capacidade dos sistemas agrícolas de resistirem aos extremos climáticos. Finalmente, os sistemas agrícolas biodiversificados representam quantidade, qualidade e diversidade de alimentos para o abastecimento das populações que vivem nas proximidades. Dessa forma, torna-se possível a diminuição da necessidade das operações de processamento, embalagem, resfriamento e transporte, reduzindo assim a carga energética dos alimentos.
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