07 de agosto de 2007

Car@s Amig@s,

A ANVISA vem sofrendo fortes cobranças da Casa Civil da Presidência da República, da bancada ruralista do Congresso Nacional e de setores da grande imprensa por ter aberto uma consulta pública visando a elaboração de normas para a avaliação do risco dos transgênicos à saúde – coisa que a CTNBio não fez até hoje.

A medida da ANVISA é bastante positiva tanto por ampliar a participação da sociedade no debate sobre transgênicos quanto por buscar garantias para a população de que esses produtos serão testados antes de serem liberados para consumo humano e animal.

Nesta quinta-feira o CNBS – Conselho Nacional de Biossegurança deverá reunir seus onze ministros exclusivamente para debater a iniciativa da ANVISA.

É importante que a sociedade se manifeste a favor da realização de estudos sobre os riscos dos transgênicos e contra a iniciativa do governo de bloqueá-los.

Brasil, 08 de agosto de2007.

Ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Aos Ministros do Conselho Nacional de Biossegurança -CNBS

Ao Diretor-Presidente da Agência Nacional de VigilânciaSanitária – ANVISA

 

Assunto: Nota de apoio à ANVISA

 

As organizações da sociedade civil e movimentos sociaisinfra-firmados vêm manifestar publicamente apoio à iniciativa da AgênciaNacional de Vigilância Sanitária – ANVISA de estabelecer uma proposta de normade avaliação de risco dos alimentos transgênicos e de, além disso, discuti-lacom a sociedade civil, através de uma Consulta Pública.

Além de absolutamente legal, uma vez que a ANVISA temcompetência para subsidiar a CTNBio na definição de normas e critérios deanálise de risco dos OGMs à saúde, a atitude da Agência é também extremamenteoportuna. Doze anos já se passaram desde a criação da CTNBio, mas até o momentoa Comissão ainda não definiu suas normas de avaliação de risco ambiental oualimentar dos OGMs, além disso também não existe nenhuma normatização que garantaa não-contaminação das variedades orgânicas, ecológicas ou convencionais com asvariedades transgênicas.

Mesmo assim, a CTNBio já iniciou a análise dos pedidos deliberação comercial de milho, soja e arroz, todos utilizados para consumohumano, além do algodão transgênico. Assim, solicitamos que a proposta daANVISA, após as contribuições da sociedade civil, sejam incorporadasimediatamente pela CTNBio.

A ausência de normas beneficia apenas as transnacionais dabiotecnologia, interessadas em vender seu pacote tecnológico edescompromissadas com a saúde da população e o meio ambiente. Sem aregulamentação, as empresas ficam livres para apresentar apenas os estudos quejulgarem convenientes e a saúde da população à mercê dos interesses comerciais.

Manifestamos também nosso apoio à iniciativa da ANVISA deapresentar ao Conselho Nacional de Biossegurança recurso contra a decisão daCTNBio de liberar a comercialização e plantio do milho Liberty Link. Asquestões e dúvidas levantadas pela ANVISA quanto à inexistência de estudostoxicológicos e de alergenicidade, e às inúmeras falhas metodológicas cometidaspela Bayer e aceitas pela CTNBio são suficientes para que o CNBS revogue adecisão da CTNBio, determinando à empresa que imediatamente apresente os documentossolicitados pela ANVISA.

A responsabilidade da ANVISA perante a sociedade brasileirae seu compromisso com  a transparênciano estabelecimento de normas é um exemplo a ser seguido pelos Ministérios quetêm assento na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio e noConselho Nacional de Biossegurança – CNBS.
 

Assinam:
 

  1. AAO – Associação de Agricultura Orgânica
  2. ABONG – Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais
  3. AOPA – Associação para o Desenvolvimento da Agroecologia
  4. APROMAC – Associação de Proteção ao Meio Amviente de Cianorte
  5. Articulação de Mulheres Brasileiras
  6. Articulação do Semi-Árido Paraibano – ASA-PB
  7. AS-PTA Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa
  8. Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS – ABIA
  9. Associação de Combate aos Poluentes – ACPO
  10. Associação de Consciência à Prevenção Ocupacional – ACPO
  11. Associação dos Geógrafos Brasileiros – AGB
  12. Associação Ecológica Joinvilense VidaVerde
  13. Associação Defensores da Terra
  14. Associação Holos para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento
  15. Associação Nacional dos Pequenos Agricultores – ANPA
  16. APREMA-SC – Associação de preservação e equilibrio do meio ambiente
  17. Campanha Terminar Terminator
  18. CAPA – Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor
  19. CAPINA – Coperação e Apoio a Projetos de Inspiração Alternativa
  20. Centro de Estudos Ambientais – CEA
  21. Centro de Apoio a Projetos de Ação Comunitária – CEAPAC
  22. Centro Ecológico Ipê
  23. Comissão Pastoral da Terra – CPT
  24. ESPLAR – Centro de Pesquisa e Assessoria
  25. Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa do Consumidor
  26. FASE – Solidariedade e Educação
  27. Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil – FEAB
  28. Fórum em Defesa da Zona Costeira Cearense – FDZCC
  29. Greenpeace
  30. IDEC – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
  31. INESC – Instituto de Estudos Socioeconômicos
  32. Instituto de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – TRAMIRIM
  33. ISA – Institutio Socioambiental
  34. Movimento de Mulheres Camponesas – MMC
  35. Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
  36. Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA
  37. Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
  38. PACS – Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul
  39. Pastoral da Juventude Rural – PJR
  40. Polo Sindical e das Organizações da Agricultura Familiar da Borborema
  41. Rede de Intercâmbio de Tecnologias Alternativas
  42. Rede Ecológica – Rio de Janeiro
  43.  Rede Ecovida de Agroecologia
  44. SINTUFRJ – Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro
  45. Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais – SBEF
  46. Terra de Direitos
  47. Unipop – Instituto Universidade Popular (Belém/PA)
  48. Via Campesina Brasil

 

 

DO CONGRESSO NACIONAL

 

Dep. Dr. Rosinha (PT/PR)

Coordenador da Frente Parlamentar em da Terra

 

Dep. Anselmo de Jesus (PT/RO)

Coordenador da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar

 

Dep. Nazareno Fonteles (PT/PI)

Coordenador da Frente Parlamentar de Segurança Alimentar e Nutricional

 

Dep. Paulo Rubem Santiago (PT/PE)

Coordenador da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção

 

Dep. Adão Pretto (PT/RS)

Coordenador do Núcleo Agrário da Bancada do PT